a palavra orgulho carrega uma ambiguidade. ela pode ser considerada um excesso ou uma premissa. se for um excesso, está ligada a idéia de soberba, megalomania, impaciência, intolerância, teimosia. se for uma premissa, está ligada a idéia de identidade, consagração, aprovação, exposição. fala-se muito em orgulho guei! a parada de são paulo adota a idéia de "dia do orgulho" e eu entendo que é um ato político, que a necessidade de celebração da expressão sexual de todos nós. mas tem algo nessa palavra, orgulho, que me deixa desconfortável. eu não sei se orgulho define com clareza o que penso a respeito da minha expressão sexual. não sei se é orgulho que sinto quando manifesto em público a minha vontade e o meu afeto. acho que liberdade caracteriza mais o que sinto. e como toda a liberdade, as vezes ela assusta! lembro que há dois anos atráz eu estava na parada de curitiba, que é bem organizada e com um conteúdo político bem bacana. lá, fiquei com um menino, que em meio aos beijos e abraços apresentou-me sua família! pai, mãe, irmão, cunhado, sobrinho e até a avó! wow! que choque!!! embora hoje eu perceba o quanto legal foi aquele momento, o quanto verdadeiro e bom é o fato d'ele ter uma família aberta, participativa, envolvida, eu confesso! fiquei absolutamente sem graça naquela situação! por isso eu digo que não importa o tempo, nós, gueis e adversos, precisamos constantemente estar abertos a um processo de aprendizado. porque ninguém nunca nos disse ou nos educou a sermos o que somos! somos desbravadores de nossas vidas, sem recados passados ou clichês de quotidiano.
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