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23.5.10

adoção por casais gueis

semana passado foi convidado a debater a adoção de casais de crianças por homossexuais no desafio, um curso pré-vestibular público na cidade de pelotas. na platéia dezenas de alunos que estão a se preparar para a prova do ENEM no final do ano. basicamente as dúvidas e argumentos são sempre os mesmos: pode um casal guei criar um filho? não irá essa criança ficar exposta a uma influência maléfica? a uma situação que lhe gere sofrimento ou segregação? podem os pais, sendo gueis ou lésbicas, terem a responsabilidade de ter um filho juntos? nesse final de semana, o blog amigos de pelotas postou um excelente artigo a respeito da matéria, escrito por Natá Redü, que pode ser lido aqui.
no entanto, a dúvida persiste: pode um casal guei criar um filho? eu defendo que sim. gueis são seres humanos e certamente possuem os mesmos defeitos e qualidades de qualquer outra pessoa. portanto, a possibilidade de ser um pai adotivo não deveria ser pautada sobre a expressão sexual dos futuros pais, mas em sua capacidade afetiva, educacional, de segurança e estabilidade financeira e de desejo de amar e ter um filho. não se questiona em nenhum momento se uma mulher lésbica pode ou não fazer um "produção independente", a concepção "natural" da maternidade jamais foi questionada. no entanto, insiste em se dizer da influência negativa que pais gueis teriam sobre a criança. deixem que os assistentes sociais e psicólogos façam se trabalho. eles é que tem a premissa de julgar se alguém é ou não capaz de ter a guarda de crianças. no fundo, no fundo, se a questão da "influência" existisse, não seria "seguro" termos homossexuais em contato com nenhuma criança! eles certamente não poderiam ser médicos, nem professores, não poderiam ser babás, ou domésticas. iamginem a influência negativa de ter um primo guei na família, perto de seus filhos normais!!! por de certo, haveriamos de expulsar esse grupo todo do contato dos demais seres humanos, sobretudo das crianças! e assim, asfastados de todos teriamos certeza absoluta que nunca mais haveria um guei por perto! será?

1.4.09

um dia para não esquecer

além do dia da mentira, o 1º de abril é também o momento histórico do golpe militar que levou o brasil a ditadura! a ditadura, por si só foi um capítulo obscuro e nefasto da história do país. com restrições políticas e de assassinatos legalizados. foi também um período de retrocesso mental, onde os valores religiosos e ditos familiares arrastaram a opinião pública para um abismo de ignorância e preconceito do qual ainda lutamos para sair! temos marcas profundas desses anos de retaliação a liberdade, e temos também representantes de pensamento e opinião ainda vinculados com essa cultura do medo! o golpe acabou, mas ainda existem esporos! um dia para não esquecer, sobretudo, que ainda nos resta um longo caminho para a democracia e a liberdade!

18.3.09

já era!

clodovil morreu!
estilista, apresentador de tv, deputado federal e polêmico por profissão, clodovil deixa... ah... ele deixa... nada! poizé, não é novidade alguma que esse sujeito sempre foi um lixo de ser humano. agora que morreu, nada deixa, nenhuma saudade, salvo de próximos a ele (que ao que consta, eram pouquíssimos). clodovil nunca dialogou com o movimento gay, era contra a união civil de pessoas de mesmo sexo e nunca ajudou - diretamente - na luta contra o preconceito. por fim, elegeu-se por um partido cristão de direita envolvido com o escândalo do mensalão. enfim... vai tarde!

21.2.09

amadorismo

perdoem-me gente! mas esse é um blog amador! isso acaba gerando alguns imprevistos e sobretudo, alguma carências. ontem pelotas teve (novemente) o seu baile de carnaval gala gay, no clube caixeral e eu, tinha a formatura do namorado de um grande amigo. fui a formatura! então acabei ficando de fora dessa tradicional e até ontem, esquecida festa! sei que estava belíssima, na decoração e no agito. semanas antes estava investigando como seria a tal festa propósta por adriano stylle e maicon nachtigall. e descobri que muita gente torcia nariz, inclusive muitos gays! aff! poizé, eu não sou um folião de primeira, na realidade passarei o carnaval bastante recluso com meus afazeres e o meu namorado. mas festas como essas são espaços ocupados e sempre é precioso termos mais e mais espaços de diversidade! é claro, não posso ter uma opinião contundente, por que não estive na festa e tão pouco conheço seus organizadores! um dos pontos estranhos foi o envolvimento da prefeitura no baile... mas, vá saber! quem sabe o único amador aqui, sou eu mesmo! né?
o site (meio fake) você confere aqui!

31.12.08

foi-se! retrospectiva com altos e baixos

foi-se 2008... deixando um rastro de saudades, e um quê de já bastava! no nosso cenário foi um ano cheio de micos e com poucas dentro! o smokesoup faz uma retrospectiva pra vocês!!
SOBE!!!
* a casa odeon continua bombando, o renato investiu na casa abrindo uma segunda pista, melhorando a qualidade dos djs e dos garçons, reformando os banheiros e se tornando a referência de vanguarda na noite pelotense!!
as reformas urbanísticas estão deixando a cidade mais bela e mais turística! embora alguns equívocos tenham sido cometidos, nosso centro histórico está mais valorizado e visível.
as meninas da cidade estão se organizando e fazendo periódicas festas na aabb. embora ainda restritas e com pouca divulgação, a coisa tá um brejo só! cheio de sapas felizes e desinibidas!!!
o grupo também atuou em diversas oficinas debatendo, sobretudo com universitários, sobre a necessidade de maior destaque e liberdade para a causa homossexual!
a escolha da corte gay do carnaval parece ter se consolidado e dando destaque para a bruxa da várzea, extremamente friendly com a causa lgbt.
a famosa praia do anel está bombando! já está consagrada como ponto de pegção da cidade! com bofes de todos os tipos, perdidos na mata atlântica, em busca de prazer! te cuida com a elza e se joga na rede do pescador!
DESCE!!!
nesse ano a prefeitura realizou a mais fracassada edição da "parada lgbt de pelotas", foi uma festa chocha, sem graça e com poucos participantes! uma hora os caras se dão conta de que não é assim que se faz movimento social!
bola fora da dra. júlia frio do programa de redução de danos da prefeitura que em discurso para a platéia lgbt mostrou total despreparo ao falar de homossexualismo e opção sexual!
vexame para os respresentantes das polícias civil e militar que forma desacreditados nesse mesmo evento e gongados pela platéia!!!
a boate kalabouço foi fechada no fim do ano pela promotoria do estado! entre as diversas irregularidades, a falta de extintores, saída de emergência e alvará de funcionamento foram decisivas para fechar a casa. no entanto em breve, ainda em janeiro o kalabouço vai reabrir legal e faceiro como sempre!
algumas profissionais do sexo foram constantemente agredidas por policiais ou por elementos diversos! houve tiro, briga e confusão em dezenas de ocasiões! algo precisa ser feito!

que 2009 seja um ano cheio de babado e luxo pra tod@s!!!

22.9.08

paz e homossexualidade

estranho falar de paz! o movimento guei é cercado de lutas e enfrentamentos, de buscas, afirmações, imposições, conflitos, mágoas, superações, enfim, sinônimos de uma verdadeira guerra! ao pensar sobre esse tema, surge-me a imagem da origem do movimento guei moderno, precisamente em 28 de junho de 1969, há apenas uma semana depois da chegada do homem a lua; uma rebelião nas ruas de nova iorque contra a constante repressão policial sobre o bar stonewall e seus freqüentadores, lésbicas, gueis, travestis, estudantes, latinos e populares. surge-me a imagem de madame satã, personagem da noite na lapa do rio de janeiro na década de 1920; preso, humilhado, transvestido, transviado, delinqüente. penso em alfredinho de pelotas, bixa e louco da bicicleta colorida, que percorria as madrugadas geladas de nossa cidade, tocando suas buzinas; assassinado a punhaladas na praça coronel pedro osório, na década de 1970, sem nunca se esclarecer o crime. entre tantos outros e outras vítimas do preconceito, da homofobia, do descaso das autoridades ou da sociedade. penso nas centenas de homossexuais vítimas do ódio que tombaram frente a uma bala, a uma surra, a tortura e a humilhação...
enfim, falar de paz e homossexualidade é difícil. difícil, mas necessário! somos uma minoria social, um grupo de pessoas que detém entre si a constrangedora característica de afeto por pessoas do mesmo sexo. constrangedora, por que é um afeto que incomoda, que intriga, que gera repúdio e violência. é o amor que gera ódio, a carícia que ofende, o beijo que enoja. ainda assim, não somos todos um. somos muitos, e em muitas condições, situações, posições sociais. não podemos ser ingênuos ao ponto de achar que os gueis são um grupo coeso e unido, tão pouco os heterossexuais o são. 
entre nós existem muitas formas, que chamamos de expressões sexuais, infinitas práticas da hetero à homossexualidade. também não pensamos a mesma coisa, não vivemos todos a glamourização da mídia, a banalidade do senso comum, ou tão pouco a perversão moral dos costumes. mas em uma coisa somos um, somos um corpo castigado e faminto.
o brasil teve em 2007 um saldo oficial de 122 assassinatos por homofobia, um crime a cada três dias. sem contar, evidentemente, aos maus tratos e subjugações adversas de outros tipos de violência, que certamente chegam a casa dos milhares. nesse cenário, a paz parece um sonho distante, uma utopia quixotiana! quais são as soluções?
um das mais freqüentes soluções buscadas é o silêncio, um segredo velado da sexualidade enrustida. uma vida erguida de aparências, de prazeres escondidos e sentimentos sufocados. osilêncio que não fala para a família, que esconde o timbre da voz ou os trejeitos denunciadores! é uma negação do ser, do que está constituído, em busca de uma construção ideal, de um modelo social vigente que traga a paz, ainda que aparente, às pessoas. lembro-me da letra do rappa: Pois paz sem voz, não é paz, é medo! 
outra saída é o isolamento, que afasta dos outros, que encerra a pessoa na privação de sua casa, em guetos escolhidos com cuidado, nos lugares onde se pode e onde não se pode ser quem se é, os lugares heteros, os lugares gueis. quem nunca escutou a sentença ética: aqui não é lugar, nem hora para isso!?
o consolo espiritual é outra forma de busca de paz. tentando encontrar sentindo, direção, respostas para as perguntas que circulam a existência, tentativas de amaciar a dor de existir. muitas vezes negado veementemente pelas mais diversas religiões, poucas vezes acolhido sem trauma, com plena aceitação, sem respostas cármicas, pecados mortais ou sentenças reencarnáticas.
por fim, a busca da paz, desse corpo, como já dito: ferido e faminto, pode levar a destruição, a autodestruição, ao confronto moral, a decadência social, a morte e a violência.
qual é a paz que desejamos?!
queremos o direito a indiferença! nada tão complexo ou distante da vida que todos planejam para sim. queremos roda de chimarrão com amigos, cinema com pipoca, passeio de mãos dadas e jantares com afagos. queremos pode expressar, dizer, mostrar, ver, sentir, beijar, tocar, abraçar e viver nossa afetividade, sem que para isso seja necessário o aparato legal do estado e sem a prontidão de ser repreendido. 
queremos o direito a liberdade! queremos o amparo legal do estado: casar, divorciar, adotar, herdar e deixar em herança, queremos pagar as nossas contas juntos, planejar um empréstimo, calcular o imposto em família. queremos um estado laico, o fim dos “simpatizantes”! queremos ser uma família, ou sermos algo melhor! queremos ter o direito a utilizarmos nosso corpo como o desejarmos! queremos denunciar a hipocrisia, o preconceito, a injustiça e o descaso... tudo o que queremos envolve ainda muitas lutas! mas entendemos que nenhuma dessas conquistas é verdadeira, diante de uma sociedade desigual. diante de um feroz sistema de produção que aliena e distancia o homem de sua essência. entendemos que somos mártires de um mundo que também participamos como carrascos. entendemos que somos nós também agentes de hipocrisia e de preconceito, de exclusão e de violência. não queremos que nos tomem o quinhão de nossa culpa, de nossa falha na condução de uma sociedade mais pacífica, tão pouco de jogar para outros as responsabilidades de ser humano. entendemos por fim, que a humanidade é diversa, múltipla, calendoscópica! estamos castigados e famintos! queremos paz! 

discurso do grupo também no fórum da paz em pelotas.

18.3.08

famílias

as famílias felizes parecem-se todas; as famílias infelizes são infelizes cada uma à sua maneira.
leon tolstoi
tem muito guei que sonha em ter família! aos moldes patriarcais! os esposos, os filhos, netos e bisnetos, o cachorro, a cerquinha branca diante do gramado. os jantares de sexta, os almoços de domingo! a casa da cidade e a casa da praia, aquela tv bem grande na sala, e os quartos, reservados e silenciosos... aff!
aceito que qualquer pessoa mantenha o desejo de reproduzir às famílias nucleares heterossexuais, mas não sigo por esta trilha. não farei de minha vida um simulacro de heterossexualismo, com seus tabus e crenças, seus dogmas e suas limitações. eu quero o novo!
casório
o estado reconhece o casamento heterossexual, alguns estados reconhecem o casamento homossexual. mas casamentos sempre foram e para sempre serão mecanísmos de controle.
os casados tem também, privilégios que o estado lhes reserva. se sou casado posso dividir bens, impostos, contas, dívidas, coisas, benefícios salariais e até adotar crianças com maior facilidade. aos solteiros, resta o desamparo do estado! quem mandou não casar?
aliás, este é o maior argumento dos movimentos homossexuais: casar para ter direitos iguais! se os gays vivem juntos, mas não casam, ficam fadados a desguarnição do estado, a mesma sorte dos solteiros. é claro que por um lado, dirão os defensores do matrimônio, é justo que dois quando se unem, que ganhem um aparo legal para crescer em patrimônio, para terem filhos e estimular, desta forma a perpetuação da espécie. dirão que o matrimônio é sagrado, e os mais exaltados dirão que sem matrimônio não haverá sociedade.
à mim, nada significa o casório, além de um ritual grotesco para a celebração de uma porção de falsidades, tais como: fidelidade, amor eterno, companheirismo até a morte, etc...
fico entristecido e bastante raivoso, portanto ao ver gueis seguindo este caminho. não aprenderam com seus pais?