23.2.08

inicializando

em busca de um espaço de liberdade para escrever! para falar das coisas que o quotidiano me leva a guardar, ou a compartilhar com poucos escolhidos, cá estou.
não se trata de um canto às escondidas, pelo contrário, é uma brecha de luz. luz para revelar o que é a vida de alguém como eu, jovem, independente, gay. para poder falar sem receios das coisas que me fazem sentir, amar, chorar e irar. bem vindos!

para começar...
desde que me lembro, sou gay. ainda criança causava constragimento aos meus pais pelos trejeitos afeminados e pela insistência em brincar com as barbies da minha irmã mais nova. mas isso foi endurecendo... as chacotas e as correções da familia me fizeram de postura firme, de voz grossa, de jeito másculo. hoje, pouco sobrou daqueles trejeitos infantis. lamento que não tive a liberdade de seguir minha expressão sexual desde minha infância, certamente seria outra pessoa, talvez melhor. ainda assim eu me edifiquei, sobre aqueles entulhos que caiam da minha própria realidade. fiz-me forte, fiz-me grande e ameaçador. fiz-me inabalável, autosuficiente, convicto, certo de tudo. e gosto do que eu fiz! hoje sou um jovem sincero, que ama os seus amigos, intensamente. que chora e que ri por bobagens. que adora os livros e os lê, que não quer apegar-se às coisas, das quais tão logo deixamos de usar. sim, eu tenho amigos, e eles são para mim, a verdadeira família, porque eu os escolhi, porque me cativaram. são poucos, mas os quero para sempre. para um gay, os amios acabam sendo um bem muito precioso, quando a familia te abandona, ou te aceita, mas com os ares reservados que quase toda família tem. não sou um cara família. não gosto de almoços de domingo ou de reuniões parentais. sou uma ovelha negra, e aceito esse cargo, reinvindico-o para mim, sem pudores!

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